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POESIAS

AQUI POSTAREMOS LETRAS, POESIAS DE AMIGOS. ABAIXO DE CADA LETRA ESTRÁ O NOME DE SEU CRIADOR.

Simplismente AMOR!

Como definir o amor? Não sei ao certo.
As palavras não são suficientes.
Os atos nem sempre são tocados por ele.
O amor é essa imensidão em mim de sentir e pouco saber dizer.
Tudo em mim se cala quando o amor acontece.
Há uma diferença enorme entre amar e ser amado.
Entre o amante e o ser amado.
Quando amados somos alvos da ternura que totaliza a quem ama.
E quando amantes nos doamos essencialmente em vida, caule e flor.
Eu defino o amor como aquele sentimento que nos desloca do mundo real.
Quando amamos ou somos amados a atmosfera muda.
O mundo lá fora é simplesmente esquecido.
As horas param e sentimos uma leve sensação da adentrar a eternidade.
Há certa irracionalidade no amor.
Nele não há lógicas comensuráveis, há a fragrância de corpos que se fazem flores.
O amor plasma no corpo o que somos em espírito.
O amor nos coloca ao avesso. O outro lado de nós, o de dentro, eclode.
A criança que nos habita ressurge e assume o leme do universo.
Somente no amor somos como Deus.
Deus é amor e amar não é algo que se faz na excentricidade.
Quando amamos nos tornamos puro amor.
No olhar,
No toque,
No abraço,
No beijo,
Na simples compreensão.
Às vezes o amor é refletido no silêncio.
Acho que por isso Neruda disse,
“pois o amor é feito espelho: tem que ter reflexo”.
O que reflete o amor? Deus, simplesmente Deus em qualquer instância.
Amo porque amar me traz lucidez.
O amor é ato.
O amor é sentimento.
O amor é transcendência.
O amor é criação.
O amor é ambíguo: forte e sensível.
Amar é musicar a vida.
É encher de melodias leves as horas que passam nossos corpos voláteis.
Amar é viver a primavera em qualquer das estações.
Amar é escrever poemas belos para a alma anelante.
Laure Conan tinha razão: “nada é pequeno no amor”.
Eu gosto das frases: “Deus é amor” e “Porque Deus amou o mundo (cosmo) de tal maneira que deu...”
Quando amo, me torno invisível para que Deus seja visto.
Gosto do amor na forma crística: “tendo amado os seus... amou-os até o fim”.
O amor é cumplicidade.
É aliança.
O amor é apego no desapego.
O amor existe para o caos do outro.
Amar é existir para os outros existindo para si mesmo.
Ele me faz soerguer-me das minhas próprias ruínas.
O amor é útero. É colo que acolhe.
O amor é parto sem fórceps.
O amor não aborta.
É aquilo que nos toca incondicionalmente.
Amar é saber ver com o outro o mundo de símbolos e cores à nossa volta.
Victor Hugo tinha razão: “morrer de amor é viver dele”.
Eu acho que o amor é iridescente, é multicor e multifacetado.
Eu amo as estrelas, o mar, o Sol e as flores quando brotam.
Amo o inverno quando as gotas fazem brotar cachoeiras.
Eu amo os espaços onde crianças brincam felizes.
Amo ver a beleza do mundo: os desertos, as florestas, as montanhas, os vales e as marés.
Eu amo a justiça, a flora, a fauna e a misericórdia entre os homens.
Amar é de alguma forma, vestir-se da divindade.
Quem ama toca o sagrado, o divino e a sublimidade da vida.
Eu amo porque amar é a única forma de dar sentido à existência.
O amor é belo, é arte, é poesia.
Eu gosto do amor entre as amoras e os mares de marés vazantes.
Amar é dar ao outro o direito de ser ele mesmo.
É cobrir a nudez.
Amar é dar ao outro a mesma medida que se dá a si mesmo.
Amar é promover a paz,
Estabelecer o respeito,
Erigir a dignidade na relação Eu-Tu.
O amor é o caminho mais nobre que os homens podem andar, enquanto peregrinam na terra.
No amor não há culpa.
Não há ódio e nele se esvaziam os horrores da guerra.
O amor é saudade. É ternura!
É alegria e boa vontade.
O amor é tudo que me faz silente e me verte risos e lágrimas na emoção.
Eu não saberia descrever o amor.
Quem o saberá sem dele estar distante?
Foi Drummond quem disse:
“Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis”.

AUTOR: Robério de Jesus



Perdas Intevitáveis! Dedicado àqueles que provaram duras perdas, sem no entanto, desistirem da fé.

Às vezes me pego pensando no por que das perdas.
Tenho de admitir que perder é parte da vida.
Desde o zigoto ao nascimento, conquistas e perdas ocorrem.
À medida que conquistamos umas coisas, perdemos outras.
A vida é como uma caixa cheia de coisas boas e ruins.
Dela tiramos as que amamos para colocarmos outras que necessitamos.
Às vezes as coisas que necessitamos não combinam com as que amamos. Necessidade e amor nem sempre falam a mesma linguagem.
Eu já perdi muitas coisas nesta vida.
Perdi amigos,
Perdi amores,
Perdi tempo, dinheiro e quinquilharias.
Houve coisas que eu perdi que não recuperei mais.
Há perdas que são irreparáveis, sobretudo, quando perdemos o que amamos.
Perder as coisas é tão duro quanto nos perdermos.
Nem sempre as coisas que amamos são mais importantes do que as que necessitamos.
Eu amo guloseimas, porém não necessito delas.
Eu necessito de anlodipino, mas não o amo em hipótese alguma.
Eu confesso que já perdi muitas coisas boas nesta vida das quais sinto falta.
Outras eu perdi e não sinto a ausência.
Já perdi sonhos, rumos e valores, mas mantive a esperança.
As perdas molduraram em mim a maturidade.
Pintaram em mim a indiferença em esboço a lápis de cera.
Parte de nós vai-se nas perdas, pois quando perde-se o que se ama, o coração fica aos pedaços.
Há uma fusão muito severa entre a alma e o corpo.
Há coisas que o corpo perde e a alma geme.
Outras há que se vão da alma e o corpo definha na perda.
Pior mesmo é quando corpo e alma se perdem no funil da espera quando se esgotam na linha do tempo.
Disseram para mim que ser cristão é não perder.
Mentira deslavada! Perdemos muitas vezes e nos perdemos nas perdas da vida.
Ficamos perdidos quando queremos disfarçar as derrotas.
Eles nos ensinaram que o cristão não perde. Ledo engano. Não somos super homem e a tentativa de sê-lo nos torna medíocres.
Só sabe a dor do luto quem passou por ele.
Só sabe a dor da traição quem a viveu.
Só sabe a dor do abandono da pessoa amada quem ficou só.
Só sabe a dor do manco quem perdeu uma perna.
Só sabe a dor da cegueira quem um dia perdeu a visão.
A hipocrisia do disfarce de uma vida vitoriosa é máscara posta nos insensíveis.
Eu gosto de Jesus quando diz: “Aquele que perder esta vida, acha-la-á”.
Sublimar é a saída de quem deseja mascarar a perda.
Eu não temo as perdas quando estas se referem às coisas.
Eu as temo quando alude à alma.
Eu disse “alude” e não, “ilude”.
“Suporta-se com muita paciência a dor no estômago alheio”, disse machado de Assis.
Estou lutando para não perder a minha fé.
Vou fazer 42 anos e venho de muitas perdas.
Perdas eloqüentes,
Perdas fúteis,
Perdas leves e perdas horripilantes.
Aprendi que viver é perder aos poucos a exuberância de dias, delicados, agradáveis e belos, feitos nuvens de algodão-doce.
Perdi, e daí? Todos perdem; mesmo os que dizem que não!
Alguém me disse que às vezes perder é ganhar.
Eu acho que o tal mentiu para mim, visto que para mim, perder foi é e sempre será, perder mesmo.
Essa coisa de perder é tão séria que até Deus perdeu um dia.
Deus perdeu? Sim isso mesmo. Como eu, Deus também perde.
Ainda me lembro do texto sagrado quando diz: “Adão onde estás?” e “O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden”.
E ainda, “O filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”.
A perda é uma experiência que abarca até os deuses.
O duro da perda é que a pessoa pode ter mil outras coisas, mas jamais aquelas que se foram.
Jó perdeu seus dez filhos.
Sansão perdeu sua força e a visão.
A mulher perdeu a dracma e reencontrou.
Há perdas que são temporárias; outras são irreparáveis.
Ramisés perdeu seu filho.
Romeu perdeu Julieta.
Judas perdeu Jesus enquanto enriquecia.
Há quem perca o mundo inteiro para ganhar sua alma.
Meu caro leitor aprenda a perder e aprenda com as perdas.
Nessa vida não ganhamos todas, só os tolos pensam diferente.
As perdas doem. Seja sincero consigo mesmo. Chore suas perdas.
Os religiosos mentem muito. Seja humano, pois até os deuses perdem.
Até os deuses se tornaram humanos para serem plenos.
Perca tudo, mas não perca sua esperança em Deus, Aquele que nos ajuda a restaurar o coração nas perdas e das perdas. É por isso que choramos com os que choram e nos alegramos com os que se alegram, porque a vida é feita de emoções.
Chore suas derrotas,
Chore suas perdas,
Chore suas dores.
Não seja destruidor da sua alma. No entanto, lembre-se, a vida continua. É necessário recriar-se, refazer-se e reconstruir-se. A vida não pára nas perdas.


Robério de Jesus

Brasil O País Do Futebol!

Eu amo os estádios de futebol,
Quando estes não estão acima do valor da vida humana.
No Brasil a Copa do Mundo é mais importante que a saúde de todo mundo.
No Brasil a saúde tá doente! Hospitais sucateados, superlotados e o povo parindo e morrendo nas ruas.
Há algo em comum entre templos, hospitais e estádios de futebol no nosso país: estão todos cheios de gente morrendo e sendo lesada.
Os estádios foram feitos para espetáculos breves,
A vida é um estádio onde o espetáculo é duradouro.
Porém os corruptos não estão nem ai para isso.
Mas se o povo não está nem ai,
Afinal estamos no país do futebol.
O brasileiro assiste a vida, as nefastas ações dos políticos e dos partidos como quem assiste a uma partida de futebol: grita, geme, sofre, mas não decide nada.
Dizem que no Brasil há três coisas que não se discute: religião, política e futebol.
Essas são hoje as nossas mais sutis desgraças.
Não discutimos. Por essa razão não promovemos mudanças.
Tudo que é tabu é no mínimo sagrado ou não precisa de retoques.
Às vezes penso que nós brasileiros ou somos ignorante, ou somos estúpidos, masoquistas ou corruptos no DNA.
Quanta calma ante a sua própria desgraça!
Há sete coisas que entorpecem a nossa gente: festas, cachaça, drogas, sexo, corrupção, dinheiro e superstição.
A vida vai sendo sucateada e ninguém faz nada. Entra corrupto, sai corrupto e ciclo vicioso não se farta.
O pobre padece e nada muda. Os discursos mudam, os políticos mudam, os tempos mudam, mas os pobres continuam pobres.
O Brasil se orgulha de seu desenvolvimento, mas esquece das ruínas do seu povo: analfabetos, desdentados, doentes, famintos, desempregados, desabrigados e crédulos.
Os políticos roubam o povo, os religiosos roubam o povo, os cartolas do futebol roubam o povo, por isso o povo não pode discutir estas três coisas, porque estas instituições roubam e não querem ser questionadas.
A Copa do Mundo está a caminho. O povo que se vire com a fantasia desse tripé maligno. Política, religião e futebol são um mal necessário. O povo é que parece não ser necessário.

Texto de Robério de Jesus

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